terça-feira, 13 de junho de 2017

Depois de quase dois anos voltei aqui por acaso.
Tenho o filho mais lindo do mundo.
Acho que consigo ser a mãe que queria e pensava em ser.
Porque as coisas são bem diferentes do que a gente imagina.
Eu aprendi tanto, mas tanto nesses dois anos.
Muito mais do que em 40 anos.
Eu agradeço todos os dias por ter meu filho, por estar viva.
Eu ainda me encontro com a pessoa pra quem escrevi esses poemas desde 2010.
O tempo hoje é outro. Meu olhar é outro.
Me sinto melhor que antes.
Quero continuar.
Não me preocupo mais em rimar.
A vida é um sopro.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

para Francisco

Esse ano no dia do meu aniversário descobri que estava grávida. Esperei a data pra fazer o teste. Queria me dar de presente. Deu positivo. Fiquei feliz, muito feliz na hora, mas com uma inesperada sensação absurda de medo junto.
Pra mim, não existe responsabilidade maior do que a de ter um filho. Do que a de criar um ser humano. Algum tempo se passou e a minha "ficha" ainda não caiu. Algumas coisas já estão diferentes aqui dentro. Não só pela barriga que cresce e ainda não se mexe (entramos na vigésima primeira semana), mas pela cabeça que dilata a cada pensamento de "e agora, como vai ser?"
A tua vinda foi muito desejada, a minha vida é que não foi planejada. Nunca foi, talvez nunca seja.

Espero pra te sentir, te ver, te ouvir, te conviver. Espero, meu filho, que a gente construa juntos, que a gente se construa juntos. Espero nascer mãe junto contigo.
Te espero Francisco.




terça-feira, 3 de março de 2015

O pouco que restou

De volta ao muro das lamentações.
Vida pautada por desacertos, desconcertos. Pelo erro.
https://www.youtube.com/watch?v=VpnrNq9afQw

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Véspera de carnaval

e eu pensando em ti.
Pensando no vazio que eu vivi todo esse tempo.
Pensando nas vezes que falamos tanto e não dissemos nada.
Nas chances que eu não dei por não me sentir segura. Mas peraí, teve chance?
Nunca estivemos, mesmo assim te amei.
Ainda.
Precisei cavar um buraco a força pra me enfiar semana passada.
Foi cavando que eu descobri um paraíso.
Não se morre de amor.
Não se mata de amor, Vanessa.
Descobri que o tempo está depois.
Sobrevivi a mim mesma.
Descubri que o melhor remédio pra rejeição é fingir que não é comigo.
Mesmo que eu chore.
Me anestesio e sigo, e vou, e não páro. Faço tudo chorando, mas sigo.
Compro pão chorando, dirijo chorando, cerveja, prato verde, computador e o caralho a quatro: chorando.
Mas é por um tempo, por que a gente tá careca de saber que nada é pra sempre.
Véspera: Dia anterior de um acontecimento que pode não acontecer.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Não namore uma mulher que viaja

Uma vez eu li "namorem com garotas que viajam".  Achei legal o texto, mas alguma coisa ali não se encaixava no meu perfil. Elas pareciam interessantes demais, inteligentes demais, descoladas demais. Hoje, depois de ter recém voltado de uma viagem, me deparei com esse texto: https://medium.com/better-humans/802c49b9141c

E... bingo!

É isso! Então resolvi fazer a minha livre adaptação, com fotos da minha viagem, trocando palavras e frases, dando a minha cara pra esse texto. Exatamente assim, sem pretensão nenhuma, sem indiretas, sem uma causa! Apenas porque me identifiquei fugaz e naturalmente, como uma estrela. Então aqui vai:

Não namore uma mulher que viaja. Ela tem o cabelo bagunçado, descuidado e queimado do sol, ela não leva pente e penteia o cabelo com os dedos. A sua pele, às vezes seca, por puro esquecimento do hidratante,  não costuma ser branquinha e suave como um pêssego. Muito menos bronzeada, é queimada mesmo e com marcas de gola, manga, alças de biquíni ou tudo isso junto; além de cicatrizes, picadas de insetos, arranhões de plantas e roxos por todos os lados. 

Mas em cada marca uma história curiosa ou engraçada pra contar.
Não namore uma mulher que viaja. Ela é difícil de contentar. O tradicional talvez não funcione. Sua alma se alimenta de novas experiências. Ela sempre quer experimentar algo que não provou, que não tomou, que não foi, que não assistiu. Ela nunca se impressionará com o fato de você ter comprado um carro ou um relógio. Ela preferiria estar fazendo uma trilha numa montanha ou pulando de uma cachoeira a ficar ouvindo você falar do seu treino ou de suas metas na empresa. 


Não namore uma  mulher que viaja. Ela costuma comprar passagem aérea em promoções pela internet e te avisa só depois. Ela não vai querer ir aos bares da moda e ela nunca vai pagar R$100,00 para entrar em algum lugar. Porque ela sabe que um fim de semana na balada equivale a uma semana em algum lugar, no mínimo, bem mais interessante.
Provavelmente ela não conseguirá manter um emprego fixo. Ou provavelmente ela vá ficar o tempo todo planejando se demitir. Porque ela não está disposta a ficar trabalhando para realizar o sonho de outra pessoa. Ela tem seus próprios e está ocupada tentando realiza-los. Ela faz freela. Vende seus desenhos, torna-se escritora, fotógrafa ou algo que exija criatividade e imaginação. E não ouse desperdiçar o tempo dela queixando-se de seu serviço chato.

Não namore uma mulher que viaja. Ela deve ter desencanado de seguir a carreira na qual se formou e mudado completamente de profissão. Agora ela deve ser atriz ou professora de objetos decorativos com materiais reciclados. Ela nem deve saber exatamente quando entra o próximo salário ou pagamento de algum cliente na conta, mas pelo menos ela não trabalha o dia inteiro feito um robô. Ela não tem medo de ir, de se dar, de compartir e sabe que a vida devolve tudo depois. E ela ainda te encoraja a fazer igual.

Não namore uma mulher que viaja. Ela escolheu uma vida cheia de incertezas. Ela não terá planos e nem endereço certo. Ela irá com o fluxo e seguirá sempre seu coração. Ela vai dançar na batida de sua própria percussão. Ela não usa relógio, seus dias são regidos pelo sol, pela lua e pelos signos zodiacais. Ela prefere saber o que acontece na rua onde ela está do que ligar a televisão. Quando ela ouve o barulho do vento, a vida pára e ela fica alheia a tudo e a todos naquele instante. Mas ela também aprendeu que a vida não é só obaoba.

Não namore uma mulher que viaja. Ela costuma dizer o que pensa e fazer o que quer. Ela nunca se esforçará para agradar a sua mãe e seus amigos. Ela sabe respeitar os outros, mas não vai ter medo de debater questões globais, sociais, sexuais e qualquer outro "ai" que você escolher.
Ela sabe armar uma barraca sozinha, cozinhar sem apetrechos necessários e administrar bem o gelo da cerveja . Ela é independente demais e não vai ligar se você for viajar sem ela porque está muito ocupada vivendo a sua própria vida. Ela fala com estranhos. Ela aceita bala de estranhos. Ela vai encontrar um monte de pessoas que pensam como ela e dividem as mesmas vontades, pensamentos e paixões.
Não namore uma mulher que viaja. A não ser que você consiga acompanhá-la e incentivá-la. E caso você, sem querer, se apaixone por uma, não ouse prendê-la… Deixe-a ir.

Esse texto é uma livre adaptação do texto  “Don’t date a girl who travels”. já traduzido e super compartilhado pelo blog vagabundo profissional.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O que é arte pra ti?

Arte é quando eu me empresto para o outro sentir.
(Vanessa Kaminski)

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Casquinha

Eu te provo, aos pouquinhos, de gole em gole, tiro um gostinho. 
Eu te provo, devagarinho, que é pra não terminar. 
E assim, manso,com um tanto de pressa,e sem provar nada um pro outro, vamos indo na contramão daquilo que os outros chamam de amor.